Segundo o “NYT”, investigação derrubou esquema que transformava
o país em centro de criação de identidades forjadas para agentes de Moscou
Durante anos, o Brasil serviu como uma
"fábrica" de espiões para a Rússia, segundo informações publicados
pelo New York Times, nesta quarta-feira (21). Pelo menos 9 oficiais de
inteligência russos operavam com RGs e CPFs forjados. Os espiões aproveitavam
brechas no sistema de registro civil brasileiro para obter certidões de
nascimento com as quais conseguiam outros documentos oficiais, incluindo
passaportes.
A investigação, nomeada
“Operação Leste”, se iniciou em abril de 2022, quando a CIA (Agência Central de
Inteligência) alertou as autoridades brasileiras sobre Sergey Cherkasov, um
espião que adotava o nome falso de Victor Muller Ferreira. Ele foi barrado ao
tentar entrar na Holanda para estagiar no TPI (Tribunal Penal Internacional)
enquanto o órgão norte-americano investigava crimes de guerra da Rússia contra
a Ucrânia.
Entre os casos revelados está
Artem Shmyrev, que adotou a identidade de Gerhard Daniel Campos Wittich e
manteve uma empresa de impressão 3D no Rio de Janeiro, além de um
relacionamento amoroso e uma rotina aparentemente comum. Amigos e colegas
desconheciam sua real origem.
De
acorco com documentos e entrevistas, agentes que investigavam os casos
descobriram ao menos nove oficiais russos operando sob identidades brasileiras
falsas. Seis deles jamais haviam sido identificados publicamente até agora. As
buscas já se estenderam por pelo menos oito países, segundo autoridades, com
colaboração de serviços de inteligência de EUA, Israel, Holanda, Uruguai e
outros países ocidentais.
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