Acusação classifica ex-presidente como líder de organização criminosa e principal articulador da trama
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu, no início da madrugada desta terça-feira (14), a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete integrantes do núcleo central da suposta trama golpista investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A manifestação, com 517 páginas, foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes como parte das alegações finais do processo, última etapa antes do julgamento, previsto para ocorrer em setembro.
O procurador-geral Paulo Gonet atribui aos réus os crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, além de deterioração de patrimônio tombado, com penas que podem ultrapassar 30 anos de prisão. Além de Bolsonaro, são citados Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Alexandre Ramagem, Anderson Torres, Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira e Mauro Cid. Este último, por ter firmado acordo de delação premiada, poderá ter a pena suspensa.
Gonet descreve Bolsonaro como “líder da organização criminosa” e o “principal articulador e maior beneficiário” do plano golpista, atuando para desestabilizar o processo democrático após as eleições de 2022. Segundo o procurador, o ex-presidente usou a estrutura estatal e apoio de militares para propagar desinformação, provocar instabilidade e promover medidas autoritárias. Com a manifestação apresentada, abre-se prazo para as alegações finais das defesas, após o qual o STF definirá a data do julgamento.
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